ACASO
Se acaso ou porventura
Um alguém por aí
Vier a mim perguntar
Pra onde irá esse trem
Esse trem em desventura
Esse trem desvirtuado
Nos trilhos de uma ilusão
Não... Eu não sei pra onde ir
Vi surgindo como zumbi
Nos crivos dessa aparição
Desatado em pleno dia
Dos nós da escuridão
Ancorado às noites frias
Sobre as cavas desse chão
No vai-e-vem do infinito
Disfarçado em seus gritos
Ante os laços duma aflição
Mas se o caso for aventura
Seja pra onde for esse trem
Se por acaso ou por ventura
Pois é pra lá que vou também!
Autor: Valter Pio dos Santos
25/Jun/2021