GRASNAR
Nestes meus teimosos sonhos
crocita imenso corvo,
enquanto risca
seu negrume nos solares
do meu melhor, a ilusão
e expele estorvo
no que de mim singelo exala,
bem dos lares.
Apavorada
com grasnar demais sinistro
a esperança se endoidece
e triste sorvo
nas profundezas lá de mim
escassos ares.
É a espera pelo túrbido futuro,
tal fosse um fosso escuro, calabouço,
no qual amargo acorrentado
em bruto horror.
Eu bem que tento
me livrar de tanto medo,
do calabouço e deste corvo em meu enredo,
mas não consigo! E grito:
Pai! Cadê o Senhor?