RASCUNHO
Quero sorver
o orvalho da autoestima,
mas a impressão
de ser esboço inconcluso
traga-me o prumo,
meu rumar,
a minha rima.
Quero das flores
beijos alvos
em claro clima;
e o que de bem neste viver
em bom abuso,
mas o rochedo em mim jogado
lá de cima
macera o brio
que é sombrio,
que é confuso.
Engendro fugas;
todo pânicos polutos,
eu não consigo
cintilar meus atributos
para mim mesmo,
acreditar no próprio cunho.
Tomara um dia,
dentre equívocos, alcance
em obra-prima
converter este rascunho.