O Descobrimento
Descobri que não sou amado,
como tanto pensei que seria.
Além de não ser amado, sou desprezível,
prezam por minha ausência como quem preza a solidão.
Descobri àquele que não tinha desleixo,
sofrendo por agonia das sombras sem contraste.
Descobri a pessoa mais feliz do mundo, sem vestes,
sem àquilo que o infeliz consome sem saber.
Descobri o amor ao dançar valsa com a dor.
Descobri a vida pensada e vivida entre dois mundos.
A mais bela ilha!
Os mais certos de toda descontinuidade!
Antes fosse a tonalidade mais bela do mentar mais belo!
A mais fervorosa intelectualidade procedural de um movimento qualquer,
a mais deliciosa carne em movimento que jamais considera a si como carne.
Sente falta do que sentir?
Seria mais certo ou menos certo toda mediocridade descabida, semideus?
Que pouco sente, em forma,
na forma do cansaço alheio do desprovido descaso,
misericordioso descaso que pouco fala, que pouco sentiu, mas deixa sentir.
A cura da recompensa sem valor que tanto acaricia sem saber da cura,
das ideias vívidas jamais idealizada por mentes esdrúxulas.
Descobri que o mais amado sofre obesidade mental ao devorar tantos desejos.
Descobri a beleza através da porta entreaberta que pouco se abriu.
Descobri a vaidade abaixo do sol, e de tudo.
Descobri a vontade através das curvas.
Belas terras – que pouco caminhei –
Do indispensável esforço pouco feito!
Da mais forte corrente marítima,
nasce a terra mais próspera da fortaleza mórbida,
nasce você, e as descobertas.