MUNDOS
Juliana Valis



Quantos mundos caberão em nós,

Nos profundos sonhos dessa existência ?

Em segredos, esse tempo atroz

Mistura medos sem qualquer seqüência

Aqui, no cerne da emoção veloz...



E na epiderme desse coração,

Tantos sentimentos breves já se vão,

Como ventos simples na estação da alma,

No verão que passa, no amor que acalma

Cada dor latente nesse mundo, então...



Não façamos entre a mente e a vida

Um suplício parcamente insano,

Como indício de uma dor que incida

Em cada só enigma do ser humano,

Entre tudo e nada, em cada breve lida !




Pois as pessoas, em seus próprios mundos,

Criam seus rumos e suas conclusões,

Nas incertezas, corações fecundos,

Cheios de tempos, dores e canções,

Amores sós e vendavais profundos,

Inundando a alma dessas multidões !



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