A Marca
Quando a água quente fervente
Caiu em meu pé
Eu ainda era tão pequena
E não aguentava o peso daquela panela
A bolha d’água subiu em meu pé
E fui jogada na casa de minha mãe
Aquele quarto de favor
Lá nos fundos do estabelecimento
Para me curar eu não podia ficar ali
Não podia andar pra lá e pra cá
Trabalhar, cuidar da criança...
E eu não entendia o porque
Era tão difícil naquela casa uma criança, eu
Ser cuidada da queimadura
Do caldeirão de água fervida
Que caiu queimando
O peito do meu pé direito
Fui descartada como nada
E hoje o que me resta; a marca