NO SILÊNCIO DA SOLITUDE

NO SILÊNCIO DA SOLITUDE.

Rogério S. Malta

10/07/2020

No silêncio da noite insone

me vejo olhando o céu estrelado

profusão de luzes multicolores

imensidão criativa de um Deus atarefado.

A solidão e silêncio tentam afogar

os devaneios que tenho em minha mente a vagar!

Não conseguindo, no entanto, seu intento

vejo uma criatividade frenética a me rondar.

Onde a solidão negativa e cruel

se transforma na solitude criativa insana do pensar.

Não existe solidão para aquele que entende

que nunca, nunca mesmo, estamos sós

porque mesmo na vastidão do nada cósmico

circulam variedades infindáveis de sóis.

Sejamos assim, parecidos com o Criador de tudo

que, mesmo na vastidão do espaço

não se contém em manifestar Sua criação.

A solitude criativa e divinal resplandecendo no todo!

Nebulosas criam estrelas a todo instante

por todo canto deste universo infindo

estabelecendo uma frenética e criativa explosão de ideias

num poder ensandecido de luzes por toda parte!

Estrelas colapsam em buracos negros

donde a luz não escapa nunca, sem volta.

Singularidades impossivelmente densas

com uma intensidade infinita de escolhas mortas.

Estrelas se aglomeram num redemoinho de galáxias

e supernovas explodem brilhando mais que todas juntas

criando os elementos de que nos fazem o que somos,

nunca parando de colapsar em outras estrelas

e sistemas solares com vida, inteligência e... solidão.

Será que, na vastidão do tempo em expansão

haverá outros seres inteligentes, pensantes,

vagando em pensamentos pelo espaço,

assim como esse terráqueo solitário e silente,

pensando sobre o milagre do cosmos na vastidão ?

Ou será este universo vazio de vida

onde se precisa de bilhões de anos luz distantes

para encontrarmos vida senciente em profusão?

Tendo que percorrer vastas distâncias

as quais não conseguiremos nunca

entrever uma comunicação tão longa

com nossos irmãos aliens, solitários e pensantes,

à mercê do acaso, esbarrando sem querer, numa comunicação?

Não houve desperdício na Criação, disso estou certo!

O criador em soluções complexas e simples,

produz pérolas de planetas de criatividade em absinto

zunindo espaço à fora em rodopios de imaginação

feitos de elementos nunca sonhados por poetas

ou por autores de cinema e escritores de ficção!

Mundos celestes em profusão imaginativa

com seres de cilício tomando sol em fotossíntese

e plantas carnívoras de carbono se entredevorando

nos sóis púrpuras e gêmeos da constelação!

Eles rodopiam em volta da “Estrela Negra” , devoradora,

fazendo florescer vida impossível onde antes não poderia existir,

produzindo mutações ocasionadas pela estranha radiação.

Mulheres feitas de damasco com sabor alcalino,

sereias siderais vagando na imensidão radiativa

absorvendo energia vital para sua prole florescer.

Nuvens feitas de álcool e açúcar cheias de sabor,

faltando apenas o gosto cítrico de limão,

na “caipirinha” cósmica em constante expansão!

Gigantescas nuvens de matéria feitas de framboesa

cujo tamanho imensurável, excede em dez vezes

a enormidade de nosso próprio sistema solar!

Donde se deduz o surgimento de vida doce,

levemente e deliciosamente perfumada

acalentando a nossa imaginação!

E na explosão de colisão entre estrelas de nêutrons

o mundo científico contemplou, extasiado

o espaço-tempo se dobrar e contorcer em ondas.

Gravidade ao extremo fazendo o universo estremecer!

Produzindo elementos pesados e raros para nós,

mas abundantes no espaço infinito entre mundos!

E mesmo olhando tudo isso e ficando extasiado

comtemplo, notando ainda mais espantado,

que tudo que vejo não passa de cinco por cento

do universo que está a ser contemplado.

Pois a matéria invisível de que é feito o cosmos,

responde pelos outros noventa e cinco por cento,

de um mistério insolúvel a ser desvendado!

Retornando à colina verdejante em devaneio

no cadafalso inerme de meu pensar solitário,

volto á vida rotineira, enfadonha e medíocre,

desse pensador inquieto em divagação silenciosa,

com pensamentos feitos de vertigem,

terminando em situação de mais perguntas,

trazendo-me ainda mais ideias duvidosas... do que respostas!