DO MITO E DA DOR
Desde de nascida
Não fui consultada
Em nada
Para minha vida.
Pois o destino
Com seus desatinos
Deixa seus passos
Com meus vestígios.
Se quero fugir
Então eu posso
Aceitar a não existência
Do destino em alvoroço.
Porque devo sempre aceitar
Tantas palavras
De todos que dizem
Saber sem ouvir nada.
Estou sempre em busca
De uma liberdade fajuta
Que é lembrada dantesca
Sempre tão brilhosa e crespa.
Mas a verdade
É que toda cidade
Dorme uma hora
E ficam as memórias.
De quando tão sozinha
E sem ser perguntada
Eu fiz da vida minha
Um conto sem fadas.