Ambulante
No meio social distorcido das mais tortas avenidas
Tentam por sua vez vender seus medos, desejos, deuses para fins de conforto
Diante do distorcido, faço atônitas retas, circunspectas
Diante da curva recebo sábios ouriços, inócuo, disfarço-me
E os invejo, invejo tal mentalidade, por não sofrerem tanto
Por serem tão certos do incerto, aquém do abismo baila
Na aurora do meio, nos únicos (vários) pontos insaciáveis
Ao dia de ontem, no brilho do olhar fanático, recomponho-me...
No prazer da negociação ao reconsiderar desnutrido
Na mais provida resiliência da concordância ao falar, do pensamento inverso
Para o termino breve de uma conversa a beira de uma sacada para despencar
Acorde! Pois ainda pensa, e do que pensa não há mais do que prazer no sofrimento.