Ambulante

No meio social distorcido das mais tortas avenidas

Tentam por sua vez vender seus medos, desejos, deuses para fins de conforto

Diante do distorcido, faço atônitas retas, circunspectas

Diante da curva recebo sábios ouriços, inócuo, disfarço-me

E os invejo, invejo tal mentalidade, por não sofrerem tanto

Por serem tão certos do incerto, aquém do abismo baila

Na aurora do meio, nos únicos (vários) pontos insaciáveis

Ao dia de ontem, no brilho do olhar fanático, recomponho-me...

No prazer da negociação ao reconsiderar desnutrido

Na mais provida resiliência da concordância ao falar, do pensamento inverso

Para o termino breve de uma conversa a beira de uma sacada para despencar

Acorde! Pois ainda pensa, e do que pensa não há mais do que prazer no sofrimento.

Otávio M Alves
Enviado por Otávio M Alves em 07/04/2021
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