Do que se ocupar?
Entre tudo o que me assusta
é a minha mente o que mais temo
Dos pensamentos sombrios,
nos momentos mais solitários,
às superlativas alegrias,
quando centro das multidões
A inquietude da alma
e o conforto da rotina,
a necessidade do contato
e a força da solidão,
a dualidade que me aprisiona
é a mesma que me liberta
Essa gangorra interminável
mantém-me diariamente alerta
espreitando por cima dos ombros
e, ao menor sinal de sombras,
tal a mariposa errante,
me abrigo em tua luz
E nos sonhos ausentes
ficaram as certezas.
Ocupar-se de viver
ou ocupar-se de morrer?
Não vejo diferença,
já que só morre o que vive
e só o que vive, morre.
O que me leva de volta à dúvida
Do que se ocupar?