Noturna é a mente

Tudo está tão quieto, silêncio absurdo

Os animais noturnos dormem em paz

O temporal resolveu dormir mais cedo

Os cômodos vazios se fizeram surdos

Entregues a noite fria, que a tudo refaz

E que tão bem sabe guardar segredos

Asfalto está frio, os pneus não passam

Pois, carros também foram descansar

Vizinhos alterados, hoje estão quietos

Não há gritos, e parecem até sussurrar

Não há grilos, nem morcegos e insetos

Não pulam, não voam, não se arrastam

Os olhos estão cansados, e lacrimejam

Piscam, querem se entregar ao escuro

Do quarto, da casa, da solidão da noite

Juram que lindos sonhos não almejam

Rendidos ao agora, esquecem o futuro

Se entregam, se fecham, boa é a noite.