O tempo e eu

O tempo passa e eu aqui

Lutando para aumentar meu universo

Para não perder o bonde da vida

Suas oportunidades de agora

Entre tantas já perdidas

Escorre o tempo tão igual na forma

Indiferente à minha luta

Levando consigo momentos que eu queria eternizados

Deixando um amargo gosto de decepções e saudades

Como um tornado a varrer uma cidade

Há quem me ache vivido

Eu preferiria ser vívido

Estar numa atmosfera tão intensamente boa

Que não me levasse a lembranças

Que, continuamente, me envolvesse em si

Mas o tempo é um leite derramado

Mesmo que sorvido antes, em parte

O que foi bom normalmente não volta

O que foi ruim não deveria ter existido

O tempo é sempre perdido