CANÇÃO DO AMANHÃ

Você pode perceber as cores mudarem enquanto o sol se deita a tarde,

E aos poucos a noite invade sem nenhum alarde,

Na escuridão do quarto os sonhos te abraçam,

Envolto de desejos que embriagam.

O silencio é a música cantada sem voz,

Que desperta agonia ou alivia o coração tocado pelo algoz,

Os rios dos sonhos inundam os trilhos da intenção,

Enquanto o silencio permanece a única canção.

Anestesiado pelo repouso insólito que busca enquanto despertado,

Mas que se revela apenas quando não esperado,

Que rapidamente se dissipa na luz do novo dia,

Com os questionamentos se o novo vento será furacão ou doce brisa.

Será que as forças escorrerão feito água entre os dedos

Ou o coração encontrará um novo enredo?

Enquanto a alma arde sua ânsia na pele,

Sem saber o que permanece junto e o que repele.

E de novo você pode perceber as cores mudarem enquanto o sol se deita a tarde,

E aos poucos a noite invade sem nenhum alarde,

Repetidas vezes até que seja possível entender,

Tudo que envenena o espírito e tudo que nos faz crescer.