Prolixo
corpo e mente gastos, ando meio cansado
Tem uma coisa me rondando
Sempre que me encontro um pouco mais sossegado
Ele fica por perto, me fazendo sentir ameaçado
Por que devo levá-lo a sério?
Enche minha cabeça de tanto nada
Que somem até as palavras
Pra descrever o mistério que se passa
Dessa aflição miserável que me deixa fatigado
A lentidão do tempo intensifica a paralisia no ócio,
O que há de errado com essas horas, será que fugiram do relógio?
Terei de beber e escrever, não imagino outro remédio
pelo menos pra isso ele me serve
Dar inspiração para curar-me dele mesmo,
do dramático e desagradável tédio.