Poema da Dinamite
Belém, 22 de fevereiro de 2021.
O sábio que me criou disse um dia:
- Libertarei os outros, irás ver.
Mas na primeira vez que agredi
Estilhacei sonhos
Quimeras simples e passagens
O voo que eu forneci
Deu pra olhar as formigas
Esmagadas depois pelos pés dos ocos
Eu avisei para criares o remédio
E o antídoto do remédio
A mão que segura a ferramenta
Forte
Poderia ser a força do Amor
Ou do Ódio
O que eu fiz dela?
Dependeu antes de tudo
Do Espírito de Estado
A linha que separa o heroísmo
Divide o déspota não carecido
Não se duvida da sua intenção
Até porque és demasiado Humano
O Humano e a Ferramenta
A Ferramenta e o Humano
Estudioso que me deu o facão
O facão que cortou a nação
Desculpem-no se cortara as vidas
Ele só queria talhar Poder
Até queria ir à Marte
Buscar as estrelas pro meu bel prazer
Durma com isso terráqueo
O combustível que me move
O foguete de sua impotência
E no desejo que ela ouvisse cordeiros
Eles enviaram leoninos posts
Eu fico aguardando mensagens nas garrafas
E na verdade bastava a sua presença
Sobrevoando as nossas cabeças
O cadeado que trancou muitas almas
Enquanto olham um respirar definhar
Que bom seria levantar
A Mulher e a Ferramenta
A Ferramenta e A Mulher
O que você esperava finando aí quieto?
Um Nobel da Paz?