Espúria Ambiguidade
Qual verme repulsivo sequioso
por vegetar preceitos moribundos,
eis o poeta entregue há dois mundos,
não sei qual deles dois mais presunçoso:
o mundo fictício da vaidade,
onde o poeta abraça-se a Narciso
e busca no espelho o paraíso
do ego, que é de si, a divindade?
O falso mundo vil da hipocrisia
que a verve impunemente se apropria,
pra conspurcar a tinta no papel?
Em qualquer dos dois mundos, vão poeta,
a poesia come o que dejeta,
e torna a ruminar o próprio fel.
Qual verme repulsivo sequioso
por vegetar preceitos moribundos,
eis o poeta entregue há dois mundos,
não sei qual deles dois mais presunçoso:
o mundo fictício da vaidade,
onde o poeta abraça-se a Narciso
e busca no espelho o paraíso
do ego, que é de si, a divindade?
O falso mundo vil da hipocrisia
que a verve impunemente se apropria,
pra conspurcar a tinta no papel?
Em qualquer dos dois mundos, vão poeta,
a poesia come o que dejeta,
e torna a ruminar o próprio fel.