Quem sou eu?

Sou conflito, sou extravagância, sou esse algoritmo de última instância, certo que não há adjetivo que me classifique, ou palavra de nenhuma estirpe que me reduza a algo concreto, sou brisa em dia de calmaria, sou desolação de ventania com a certeza de que sou incerto; sou dicotomia permanente e transito constantemente em mundos diversos, em um deles sou paz, amor e plenitude, noutro sou louco e fugaz desprovido de qualquer virtude; entre dois de mim mesmo sou um pobre andarilho perdido e sigo em caminhos diversos, tenho tom de branco encardido e sou partícula dupla na imensidão de dois universos.

Quem sou? Sigo questionando, seria eu uma boa alma que nunca se acalma mesmo que hibernando, ou seria um grande egoísta que segue vivendo sem se importar, seria eu um maniqueísta que sua doutrina busca sempre propagar? Sinto que não sei quem sou simplesmente por não querer saber, pois é caro e penoso talvez assim seja mais saboroso esse modo de viver, por isso, não ouse me compreender, aceite de bom grado este eu que se apresenta, sabendo que nenhuma escusa te isenta, por isso não venha culpar a mim, com ciência de que sou assim, uma trilha sinuosa, se entrar, entra de teimosa, pois podes ver o meu começo sem garantia de que chegarás ao meu fim.