Metáfora do estio poético

Algo ofuscou o sol dentro de mim
e sombreou o cio em minha alma!
A dor, entre sorrisos, bate palma
pro estio em que repousa o meu jardim.

A rosa que eu plantei virou capim
e a praga devastou-me a poesia.
Hoje sou um escravo da agonia,
que anuncia o parto do meu fim.

Poeta já não sou, murchou-se a lira!
Só me resta um verso que delira
no inóspito deserto do meu ser:

um verso de amor, um penitente...
qual um botão de flor na minha mente
à espera de um soneto pra nascer.

Por mais louco que possa parecer,
não sei o que escrever daqui pra frente...
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 31/01/2021
Reeditado em 05/02/2021
Código do texto: T7172956
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.