FALTA DE ESPERANÇA

O que faço sem prazer e sem sentido?

O que quero está longe. O que posso é pouco

Sou anônimo, sem dinheiro, fama, apelido

Sou D. Quixote dando murro em ponta de louça, louco

Não tenho nem um Sancho a espreita de vantagem

Sou um Dorian deformando minha alma vaidosa

Calando-me com medo, sou um coelho sem coragem

Minha poesia de tão fraca fez-se prosa

Como vencer o mundo, Jesus, sem talento ou santidade?

Meu tempo voou pela janela em busca de outro ninho

E eu preciso de aplauso como ator na maturidade

Mas só acho pássaros famintos, pedras e espinhos

A política é incapaz. Eu e a bondade, incapazes

Meu sono é um abismo de inimigos atrozes!

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 29/01/2021
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