PINTOR SEM TELA

Pintei castelos, revoluções, a paz

Só vejo miséria, guerras, inconstâncias

Minha tela, a bondade e o amor traz

Mas minha janela só mostra arrogância

A solução é eu pintar paisagens, personagens

Pois não sou um político, não tenho força de mudança

Quisera eu ser um doutor dos problemas, das mensagens

E propor soluções como quem dança

Mas sou prisioneiro do tempo e de minha profissão

O cansaço me faz covarde sem sentido

Erro estático, como defunto na solidão...

Sou um deus morto num universo perdido

Meu sol é de águas e sombras sem som

Tudo isso, pois não desenvolvi nenhum dom!

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 27/01/2021
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