PINTOR SEM TELA
Pintei castelos, revoluções, a paz
Só vejo miséria, guerras, inconstâncias
Minha tela, a bondade e o amor traz
Mas minha janela só mostra arrogância
A solução é eu pintar paisagens, personagens
Pois não sou um político, não tenho força de mudança
Quisera eu ser um doutor dos problemas, das mensagens
E propor soluções como quem dança
Mas sou prisioneiro do tempo e de minha profissão
O cansaço me faz covarde sem sentido
Erro estático, como defunto na solidão...
Sou um deus morto num universo perdido
Meu sol é de águas e sombras sem som
Tudo isso, pois não desenvolvi nenhum dom!