VELHICE
Estou velho. Não me resta mais saúde
Minha esposa é fofoqueira amiúde
Nossos filhos se perderam pelo mundo
Restam as rugas de um orgulho profundo
Quase matei Arnaldo, amigo de infância
Só porque me disse que eu não tenho paciência
É que estou farto de intrigas, maldizeres
Nem quero mais buscar glórias ou prazeres
Apenas espero que o tempo passe calmo
No bar falando política, piadas, futebol
O meu caminho já trilhei palmo a palmo
Sinto a eternidade em cada pôr-do-sol
A cerveja me faz sentir vivo ainda
Pois minha vida parece uma linha infinita...