No borrão da noite clara
No borrão da noite clara
Na borra de café, não-bebido
Na borda desemoldurada do quadro não-pintado
No Quincas Borba e “ao vencedor, as batatas!”
Sabe... Por mais tempo, por mais tempo
Soubesse eu que a estes pobrezinhos, fumegantes
Completos e tardios, como cão sem dono
Vadeando porque não há o oposto disto
Não há amedronta que o fizessem sórdidos
Como quem nasceu para isto que se chama mundo
Tantos retratos de sombras desguarnecidas por humanos
Vaidosos cadáveres em movimento
Na cadeia sedimentar do exausto mentar
Da tão assombrosa vertigem do tão sonhado
Meus bens tão imorais de maldade
Como a xícara nova que ainda não bebi chá
Meus pêsames leves
Minha ferida mal curada
A ardência de um sol inundado
Não serei a quem adentra aos pesadelos para despertar em outros.