Previsivelmente imprevisível

Eu tento fugir do laço que enlaça

Do grão de areia à mais grandiosa galáxia.

Um fio que torce, que cruza, que passa,

Cujo passo invencível do tempo traça.

Mas se fujo, incessantemente me persegue,

Se me escondo dessa linha invisível,

Encontra-me instantaneamente! Impossível!

É tão visivelmente, que sou entregue.

Mas não por um delator de minhas causalidades,

Não por reconhecer minhas escolhas, banalidades.

Mas no conceber de meus ínfimos pensamentos,

No conhecer de cada momento, a momentos.

Como escapar no indescritível destino?

Do julgo inescrupuloso do carma! cretino!

Do ser a cada instante, consequentemente insensível.

Como fugir do previsivelmente imprevisível?