Pinturilando "A última ceia" de Leonardo da Vinci

Assenta-se, ao centro, penitente,
a repartir o pão de cada dia
co'a mão de quem declama poesia,
que "em verdade" esconde a dor que sente.

O olhar de quem sentiu e ainda sente
a dor de quem carrega a sua crença,
e todos os pecados de nascença
que dormem no olhar da sua gente.

A voz, erternizada na pintura,
é parte da fiel caricatura,
que ronda sob a pena do artista

ao mitigar seu estro no pincel.
Fosse eu um poeta de cordel,
e teria, como sumo avalista,

Da Vinci, ou algum idealista
capaz de me fazer subir ao céu.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/01/2021
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