Fim

Carrego dentro de mim um fim

Não há símile para esse fim

Encerrado em si mesmo

Espeta-me,

Como agulha descansada,

Minha inquieta garganta

Desse meu emudecido coração

Engolir diariamente o meu fim

Faz-me salivar o pensamento

Cuspir meus sentimentos

Pela boca ressecada de minha consciência

O tonitruar do silêncio

Incomoda o incomodismo

Vôo por sobre abismo

Do fim

Esse é o meu querer

O fim não me esquece

Nem se enrubesce

Quando à alma despida

Mostra-lhe a fronte

O começo de um existir

A isso não me escondo de mim

Não há nem ao menos um

Por que...

Sendo o que sou

Sou apenas um fim

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 30/10/2007
Reeditado em 31/10/2007
Código do texto: T715624