Passe depressa,
passe discreta,
sem ruídos.
Não chame a atenção.
Há um poeta de plantão,
a rondar lua e sombras.
Congela tuas artérias,
prende a respiração.
Há um poeta de plantão.
Quer ser mar, rio, talismã.
Insiste em ser divã.
Não tombe, ele quer teu braço.
Não te enterres na madrugada.
Atrás da Rocha, nem pensar!
Sentará ao teu lado num piscar.
Fique estática, nem respire.
Use pés de bailarina...
Flutue no crepúsculo.
Contenha as pupilas,
se faça de argila,
feia emudecida.
Entre o bigode e o queixo,
há uma boca entreaberta
e fumaça de cigarro.
Ronda-te os segredos,
os medos e versos,
e poderá te vencer
com um café expresso.