CAOS DO COTIDIANO

Meu medo do ódio dos outros me fez isolado

Como uma estrela perdida no reflexo do mar

Solitário e sem brilho sinto os dias na carne

O tempo na carne, a fraqueza na carne

Minha carne apodreceu sem ninguém que a comprasse

Sou um produto à venda, barato e inútil

Minhas horas são enormes sacolas vazias

O preço dos meus olhos é um inferno de angústias

A ilógica é meu prumo pronto para aprontar

A solidão são naufrágios: fatalidades

Seus tempos corroem enferrujando as veias

Desprezo os sonos terríveis do cotidiano

Me acordo e vejo um país de caos e dor

Volto a dormir sonhando estátuas e deuses...

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 09/01/2021
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