CAOS DO COTIDIANO
Meu medo do ódio dos outros me fez isolado
Como uma estrela perdida no reflexo do mar
Solitário e sem brilho sinto os dias na carne
O tempo na carne, a fraqueza na carne
Minha carne apodreceu sem ninguém que a comprasse
Sou um produto à venda, barato e inútil
Minhas horas são enormes sacolas vazias
O preço dos meus olhos é um inferno de angústias
A ilógica é meu prumo pronto para aprontar
A solidão são naufrágios: fatalidades
Seus tempos corroem enferrujando as veias
Desprezo os sonos terríveis do cotidiano
Me acordo e vejo um país de caos e dor
Volto a dormir sonhando estátuas e deuses...