Não temos tempo
Quando penso que tenho,
Em mãos, um instante absoluto,
É num compasso diminuto,
Que o perco, a bater no peito.
Preso aos toques do ponteiro,
Do primeiro ao derradeiro,
O destino, este tolo desatino,
Que conduz do velho ao menino.
Que honras de insensato,
Sem tempo, amado e odiado,
Se desfaz do futuro para o passado,
Passo a passo, sempre exato.
Não temos tempo,
E temo, que tê-lo,
É ao mesmo tempo,
Absolutamente perdê-lo.