Eu e a Poesia
Adentro em meu mundo secreto,
Meu universo de versos
De versos desconexos
E ainda assim tão autênticos
Ainda que nada faça algum sentido.
Sentimentos rabiscados
Rascunho de divagações
Transparentes como puro cristal
Respiro, sorrio, choro poesias
Não detenha minha ousadia
Fui feita pra sonhar, elucidar
Preencher lacunas vazias.
Irradiar luz em esquinas frias
Oh mundo vil, deixe-me acariciar quimeras, sorver juras sinceras
Sussurradas que embriaga
mentes apuradas.
Impossível parar as mãos que tremem sentindo a escrita,
Impossível silenciar aquilo que foi feito gritar, que ecoa aos ouvidos, que dança diante dos olhos de quem se atreve a ler-me
Impossivel matar, o que é eterno, que permanece, por tempos e tempos que nao envelhece, que não esmurece
Então...
Deixe-me ser poesia, aplacar o furor,
Imaginar, inventar desejos pra dar alento a escassez desses dias cinzentos.
Só por agora, sem amanhãs, sem outrora que eu desnude a alma e o corpo, que me vista de versos seja como for
Darei sentido aos dissabores
Fluirei inquietando amores
Arrancarei lágrimas
Incitarei desejos
Diluirei preconceitos
Hoje serei poesia, avivarei as ruas vazias
Aguçarei fantasias
Fragmentos de tantos sentires que as entrelinhas escondem
Só por agora, viajo em mundos paralelos,
Exalto poesia, sou poesia
Exalo
Emano
Ode que preenche-me a vida
Permite sonhos de olhos abertos
Mesmo em noites inquietas, quando o repouso não vem.
Eu e a poesia somos uma única vida
Não há como calar
Nao há como separar
Eu e a poesia, um mesmo lar
Em cada sílaba pronunciada
Meu interior rompe as algemas
Jorrando em versos toda minha essência.