Essa é a tal da liberdade?
E naquela turbulência
Ouvindo os gritos de desespero
Onde a alma só pedia clemência
Fiz de mim meu próprio coveiro
Eu já não conseguia ver uma saída
Então olhei pra frente e beijei a morte
Disse o meu adeus a vida
Abri os braços, joguei-me nas mãos da sorte
E no momento do último suspiro
Senti o Big Bang da criação
Dele veio-me força em meio aquele delírio
Me puxei do além, me resgatei da perdição
Quebrei as correntes
Lavei meus olhos embaçados
Fui meu Jesus
Curei as partes doentes
Chorei na cama todos meus pecados
Me senti saindo do útero
A primeira puxada de ar
Me senti saindo do útero
Meu primeiro respirar
As palavras são poucas pra tal sensação
Naquele momento eu senti o que é viver de verdade
Nunca havia sentido tal emoção
por um instante, tudo estava leve
Essa é a tal da liberdade?