Réptil
Nem todo amor é doce
Descobri eu recentemente
Há o amor da serpente
Fugidio reptiliano
Sorrateiro e predador
Pecilotérmico ser
Coração volúvel como o dia
Sangue frio no breu da noite
A serpente ama no sol
Seu sangue se aquece
Ela seduz a presa no olhar
Apresenta suas carnes rosadas
A presa seduzida entra enganada
Na garganta da serpente
Demora a perceber a morte
Daquele amor a florescer
E quando a noite chega
Todo o amor se vai
Na digestão da última vítima
Rápido indolor e fugaz
Ela rasteja e se camufla no breu
Esperando a próxima chegar