Densidade

Noites claras,

Sonos sem sonhos,

Mente aberta,

Mas corpo fechado.

É como se um poeta,

Não soubesse mais poetizar,

É como se ele estivesse perdido em um pesadelo,

Em seus próprios versos a se concretizar.

Nem de rima ele se lembra,

Nem como se faz pra rimar,

Ele está perdido e com frio,

Está sentindo o vento frio como a brisa do mar.

Tende a mudar seus versos,

Então volta a rimar,

Como se colocasse sua cabeça no lugar,

Um verso maior que outro,

Pra no final, tudo se encaixar.

O sol já não é tão claro,

Quanto a luz que ilumina seus sonhos,

Porque de sonhos se faz um sonhador,

E de poesia se faz um poeta,

Tal qual não nasceu pra rimar, nem para cantar ou recitar versos empoeirados.

As estrofes vão se acumulando,

Assim como seus pensamentos tão densos,

Que pesam tanto na leitura, quanto na vontade de continuá-la,

Assim como um relacionamento em que não há mais amor.

Será que estou feliz?

Será que estou triste?

Me sinto os dois, e agora?

Será que é a força eletromotriz?

Ou minha força vital, ainda existe?

Às vezes uma pergunta poder ser uma resposta na mesma hora.

O sol não espera a lua acenar para se pôr,

As vontades não esperam os fatos,

Os prazeres precedem as consequências,

E o escuro não espera a luz se apagar para fazer sombras.

Às vezes a escuridão não é tão ruim, pois é melhor do que viver em uma falsa luz.

Aquela que não vem do coração, mas da barganha,

Aquela que foi criada pelo homem, não da natureza,

E aquele poema, cujos versos são imaginários e únicos que nos levam à nossa própria cruz.