O hoje após amanhã
Irrite, jovem, irrite!
Pois uma vez velho também irritarão
Irritarão por seus costumes, jeito de andar
Hábitos, linguajar, pronuncia
Erros e tudo que sentes...
“Brega, brega demais!”
Nem da palavra “brega” deves usar!
Nem suas roupas, cabelos...
Sua tatuagem “descolada”
No entanto ultrapassada...
Irrite, pois suas ideias não serão compatíveis aos que ainda nem nasceram
O tal “impossível” hoje, será um, dentre tantos aquecimentos dos tais jovens
Farão do inimaginável hoje se transformar no corriqueiro amanhã
Reformularão suas palavras, deixarão o seu dia monótono
Farão da “Vaga” numa “Vaga para Idosos”, onde jovens estacionarão erroneamente
Seu assento num assento para idosos, tal qual jovens “cegos” sentarão
Irrite, pois na juventude há o escárnio da proeza delinquente!
Há jovens liquidados por conhecimentos além do necessário
Demasiados relacionamentos cruéis para alimentar sua carência e ego
Reclames! Não deixes de reclamar, o tempo lhe consumirá!
Como quem consumiu um Grapette!
Como quem fez curso de datilografia!
Sentirá fome, não de comida...
Mas de juventude, e de todo o escárnio
E de toda irritação, do hoje.