E se nada mudar no tempo?

Viajando, torcendo no meio da nova primavera

A verdade não lava o ânimo das mãos estranhas

Não devora as ruas se não há voz erguida no peito

Nas escolas em ordem soam regras, peregrinação

No sorriso, a inópia machuca a escala do coração.

Nas praças encobertas, há arenas desconcentradas

Se tem cabeças no campo pensam o grande estado

No arredor a míngua se espalha sem dó no coração

As batalhas diárias não abrandam a reta enfermada

Se ora no silencio vexado, os olhos ficam bordados.

Os ordinários creem nos velhacos indecisos babões

No espirito repelente, a fina flor remete aos chavões

Indelicados se vestem à frente dos potentes canhões

Há quem deite nas cores das divisas presa no coração

Na formação do pelotão alegam cauções nas estações.

Não possibilitaram construções fortes às intolerâncias

Pisotearam na calçada como se a vida fosse uma palha

Faceiraram no medo à proporção de um sonho amável

Discursaram em cima da charge torta da ficção infantil

Banhados os olhos, as mãos brotavam o sangue alheio.

Cromeu
Enviado por Cromeu em 05/12/2020
Código do texto: T7128400
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