Insônia
Músicas tecem minha insônia.
Minha mente se enche de sonhos.
Penso tanto e deduzo muito.
Não consigo dormir.
Desenho na escuridão a profusão de meu tédio.
Meus olhos pesam
E eu não consigo dormir.
Há tantos lugares pelos quais eu poderia estar a sumir.
Presa à luz dos postes
E amarrada à qualquer bar.
Esperando meu amor chegar.
Mas algumas músicas gritam minha insônia.
Minha mente é uma máquina à mil.
Meus pensamentos incolores cortam meu frio.
Mesmo no sono, meus olhos não pregam.
Meus dedos gritam: "POESIA"
E como posso negá-los algo que me vive em harmonia?
Minhas noites em claro são dedicados à isto:
Prosas e meu amor.
Para mim os dois tem quase o mesmo valor.
Mas minha insônia é uma doce tortura,
Prejudica minha saúde
E me espreme como que na ponta da unha.
A luz de fora me agoniza o peito
E a escuridão do meu quarto me deixa atenta.
Meus dedos desenham no profundo tédio
De minhas noites em alerta.
Algumas músicas tecem minha insônia,
Descrevendo-me em tudo e nada.
Dizendo sobre si e sobre mim.
Minha vontade de navegar num mar sem fim.
Estar amarrada à qualquer bar
Esperando meu amor me amar.
Presa às luzes da cidade,
Concluindo que tudo é só vaidade.
Respirando o ar que tem a madrugada,
Em alguma calçada com um copo na mão,
E mil sentimentos no peito, me fazendo escrever uma canção.