Furacões
Por dentro, um vento me toca
os sentimentos se agitam
é tanto ar que me sufoca
meus pelos arrepiam
São tantas lembranças que chacoalham
imagens que estremecem
espíritos em mim gargalham
e os pensamentos se esvaecem
Nessa hora rezo a divindades
mas os deuses não me escutam
venta tanta nostalgia, me assopram as saudades
as recordações acertam forte e me levam
Me seguro nas colunas do presente
mas tudo se intensifica
não há quem aguente
os ventos aceleram
furacão que nada explica
Aos poucos suga meus medos
arranca de mim os segredos
toma meus sentimentos
rouba meus momentos
Mergulha meus sonhos em sua confusão
bagunça-me por completo
me arrasta em sua imensidão
roda-me como um mero objeto
E como se fosse um liquidificador
mistura todos os ingredientes
paixão, futuro, empatia e dor
medo, alegria, sonho e acidentes
E quando sinto ventos fortes em meu peito
tento me blindar com minhas reflexões
mas é tão rápido, não dá tempo, não tem jeito
no final, sempre sou sugado por esses furacões