Desagradável
Desagrado, quanto desagrado
Quem dos tais não desagradou (?)
Quantos ainda para desagradar?
Por não ser quem deveria ser a cada ser pensante
Cada sombra fútil demasiada humana
Desprovida de senso crítico, moral
Apesar de ter sido crítico moralista
Deitado num jazigo ou cova
Rindo por não ter sido mais desagradável
Mais desagradável que a própria mente
Propriamente só mente a si
Somente a ti que surpreende.
Não, não esperem de mim
Àquilo que sempre espera dos outros
Daquele que sonha em conquistar o inesquecível
Apesar de esquecível ser tal ser
Fórmulas distorcidas do acaso
Da leitura desprovida de brio
Do amor não correspondido do desvalorizado
Da doença mal curada de quem acredita na vitória
Na felicidade e de outros bens mais
Mais que toda Via-Láctea e toda sua dança no abismo
Sua valsa preponderante da virtude muda
Onde o ritmo é cada vez mais rápido
Juntamente todo gozo que compõe o circo policromo
Toda sublime cabível de uma magnitude além
E o desagradável perguntará “Quem é você?”.