Desagradável

Desagrado, quanto desagrado

Quem dos tais não desagradou (?)

Quantos ainda para desagradar?

Por não ser quem deveria ser a cada ser pensante

Cada sombra fútil demasiada humana

Desprovida de senso crítico, moral

Apesar de ter sido crítico moralista

Deitado num jazigo ou cova

Rindo por não ter sido mais desagradável

Mais desagradável que a própria mente

Propriamente só mente a si

Somente a ti que surpreende.

Não, não esperem de mim

Àquilo que sempre espera dos outros

Daquele que sonha em conquistar o inesquecível

Apesar de esquecível ser tal ser

Fórmulas distorcidas do acaso

Da leitura desprovida de brio

Do amor não correspondido do desvalorizado

Da doença mal curada de quem acredita na vitória

Na felicidade e de outros bens mais

Mais que toda Via-Láctea e toda sua dança no abismo

Sua valsa preponderante da virtude muda

Onde o ritmo é cada vez mais rápido

Juntamente todo gozo que compõe o circo policromo

Toda sublime cabível de uma magnitude além

E o desagradável perguntará “Quem é você?”.

Otávio M Alves
Enviado por Otávio M Alves em 04/12/2020
Reeditado em 04/12/2020
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