o surto
o surto
ele vem desavisado
não percorre com o acaso
ele mói e deixa rastro
unhas feridas
os sabugos ele estanca
ele leva de lembrança
na tormenta ele dança
e me sangra
ele despedaça a alma
não se encontra uma só causa
nessa valsa ele vê graça
esvaziando o sentido
ele é rico em artimanha
é compadre da insânia
e não aceita barganha
de mansinho
ele some exaurido
depois que ele é sabido
até se torna divertido