o surto

o surto

ele vem desavisado

não percorre com o acaso

ele mói e deixa rastro

unhas feridas

os sabugos ele estanca

ele leva de lembrança

na tormenta ele dança

e me sangra

ele despedaça a alma

não se encontra uma só causa

nessa valsa ele vê graça

esvaziando o sentido

ele é rico em artimanha

é compadre da insânia

e não aceita barganha

de mansinho

ele some exaurido

depois que ele é sabido

até se torna divertido

Teresa Arabesque
Enviado por Teresa Arabesque em 03/12/2020
Reeditado em 03/12/2020
Código do texto: T7127011
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