Côncavo
“Por meios e vias turbilhonantes do acaso” dissestes
No acaso direis “sentireis falta, se por acaso existires”
Se não existires, não faria
Fizestes falta, ser ambulante?
O que difere na montanha russa mortal se não existires?
O que difere o seu ontem do seu hoje
Além da mortalidade compacta do seu eu?
Da sublime verdade inalcançável
Da próspera ideia corrompida da certeza
Da verdade sútil do pensamento para lá de pensante
Sutileza nobre e descontente
Reinando o acidente célebre
Onde há metafísica, oxigênio, delícias...
Pensas, seres, pensas!
Faça a percussão de algo ininterrupto
Apesar de comorbidades da insanidade
Até o último desesperado pensamento
Pensamento de quem ainda pensará.