(Eterno) Estrangeiro
Todos os dias,
Olho para os lados,
Tentando inutilmente me encontrar!
Mas a única coisa que encontro
É a resposta
De que você nunca esteve lá.
A lua cai,
O mar sangra,
Enquanto minha força se esvai.
No jardim, não há mais plantas,
Só orvalho congelado
Cuja gota nenhuma sai!
Todos os dias
Viajo para todos os cantos,
Tentando novamente acreditar.
Mas a única coisa que tenho,
É essa dor que me impede de sonhar.
Não pertenço a lugar nenhum,
Nem direita ou esquerda,
Nem duvida ou certeza,
Nem Sol ou lua,
Nem vida ou morte
A nada pertenço!
Tudo que faço
É alheio daquilo que sou.
Tudo que desfaço
É alinhado aquilo que não sou
Todos os dias,
Busco a minha terra natal,
Reunindo forças para lutar,
Mas a única luta que enfrento,
É contra enfermidade da qual não consigo me curar!
Enfermo!
Pelo amor...
Pelo lugar que nunca tive
Pela poesia que nunca fui capaz de escrever.
Eu tentei!
Tentei, como Pessoa...
provar ao mundo... que sou...
Sublime!
Mas não consegui!
Tornei-me... Insensível!
Totalmente... Invisível!
Eu amei... sem ser visto!
Eu lutei... sem ter vencido!
Eu acordei... sem ter sonhado!
Eu tentei... sem sequer ter tentado!
Ah...vida!
Não há sentido nenhum
Na terra em que nunca estive.
Ah...morte!
Não há lógica nenhuma
No mundo em que nunca me encontrei.
Eu não fui mais o que era
Não sou mais o que o que fui.
Estou... perdido
Sozinho!
Caído!
Destruído!
Numa terra que...
nunca me acolheu.
Um (eterno) estrangeiro!
(Dentro de si mesmo).
Um (eterno) estrangeiro!
(Sem coragem ou medo)
Ao final...
O amor perdeu meu endereço,
A luz e as trevas desistiram de mim,
Só restando o silêncio...
E esse poema que, finalmente,
chegou ao fim!
RS Schindler (Renan Souza) – 20/11/2020