Vento querendo me ver

Gosto de andar contra o vento

Quando ele bagunça tudo em mim

Quando forte, o desespero do longe

Como se tivesse me procurado detalhadamente. Derrubando árvores, destelhando casas, e virando automóveis.

Uma bagunça!

Outras vezes, vem tão sereno

Que meus passos acabam sendo reduzidos e minhas mãos abertas para ampará-lo.

Ele chega sem fôlego, se despindo dos odores urbanos, poeiras do interior e pétalas artificiais para enganar beija-flor.

Vento filtrado, quase aos pedaços para me ver.

Eu o amparo e conto os malabares que faço e disfarço para tudo correr.

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 08/11/2020
Reeditado em 08/11/2020
Código do texto: T7106557
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