Não quer perder a patente

Ao nada pede quase o tudo

Se há céu esquece os olhos

Se tem sonhos se apaixona

Se dá suor engraxa o corpo.

Não se presta a ser emigrante

Se isola dos males educadores

Esquece do amor pela menina

Desgraçada por uma acolhida.

O mundo caçoava à luz acesa

O sapo criou longa barba rala

Se o sol deitava ardendo a rua

As nuvens previam aguilhões.

A porta do hospício está aberta

Não se engana por pouca coisa

Arda, olhe os lábios da menina

Sem o temor aceita a quentinha.

Ao lado da oficina peça o óleo

Encha o tanque só de esperança

Não vire estátua no meio da rua

Corra se abrigue no mato selado.

Lave a roupa sangrenta no tanque

Entregue as melhores ao orfanato

Há poços fundos cheios de corpos

Manejo nunca conhecer as viúvas.

A urbe continua nua em alta inópia

Há enorme calibre à ordem em fila

A vila pacata teima em se esconder

A banalidade derrete os acessíveis.

O intestino atrevido doma os generais

Nas cores do brasão escondem o medo

No meio das bravatas há risco de curra

Tá tudo dominado na redonda chapada.

Cromeu
Enviado por Cromeu em 06/11/2020
Código do texto: T7105488
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