Não quer perder a patente
Ao nada pede quase o tudo
Se há céu esquece os olhos
Se tem sonhos se apaixona
Se dá suor engraxa o corpo.
Não se presta a ser emigrante
Se isola dos males educadores
Esquece do amor pela menina
Desgraçada por uma acolhida.
O mundo caçoava à luz acesa
O sapo criou longa barba rala
Se o sol deitava ardendo a rua
As nuvens previam aguilhões.
A porta do hospício está aberta
Não se engana por pouca coisa
Arda, olhe os lábios da menina
Sem o temor aceita a quentinha.
Ao lado da oficina peça o óleo
Encha o tanque só de esperança
Não vire estátua no meio da rua
Corra se abrigue no mato selado.
Lave a roupa sangrenta no tanque
Entregue as melhores ao orfanato
Há poços fundos cheios de corpos
Manejo nunca conhecer as viúvas.
A urbe continua nua em alta inópia
Há enorme calibre à ordem em fila
A vila pacata teima em se esconder
A banalidade derrete os acessíveis.
O intestino atrevido doma os generais
Nas cores do brasão escondem o medo
No meio das bravatas há risco de curra
Tá tudo dominado na redonda chapada.