O ÓDIO E O MAL ETERNOS
Guardo, em mim, o ódio e o rancor
Acumulado nesta vida sem amor
Queria vomitar todo meu horror
Num prato putrefeito de carne, sangue e dor
Queria mastigar um morcego quente
Que inundasse minha alma de óleo fervente
Queria ver no inferno toda essa gente
Que odeio; que são, da minha depressão, a semente
Queria ver, no lago de enxofre, pus e sal
O espelho perverso, meu reverso, meu lado mal
A vida parece agora ser um brinquedo banal
Pois toda a maldade parece ser algo normal
Nesta dimensão, o bem e o mal parecem se precisar
Se amam e se acasalam num orgasmo sublime, lunar!