Sem Nexo
Sou esse emaranhado de palavras
Que em luta constante tento frear
Em vão me calo, e meu sentir aflora,
mesmo no silêncio que me desafia,
eles saltam, fazendo arruaça.
Sou essa bagunça desmedida, as vezes confundida pelas palavras escondidas, por detrás de uma aparência tranquila
meu sentir é incontido, bestial, visceral.
Meu sentir não se esconde, mesmo escondido explode, me consome
minhas palavras sibilam vertiginosas
audaciosas, que me agitam, me engolem.
Nem mesmo sei se existo, ou pairo sob meu próprio desatino, sempre em conflitantes prenúncios, do excesso de tudo, e muitas vezes de nada.
Tenho colecionado em meu universo, uma boa dose de excessos, de vazios tão sinceros, de desfechos sem nexo, uma sinuosa estrada, meu mundo paralelo.
Preciso dar alento ao meu coração
Preciso que o universo me dê um pouco mais de atenção.
Talvez seja prepotência minha, mas preciso dar uma nova direção ao meu caminho.
Minhas urgências por mim são caladas, cambaleantes em minha jornada, sigo extrema, incontrolável, em cada viela, em lapsos, trazendo inspiração para meus versos, e quietude para o coração...ou não!
Talvez seja o caos desmedido, o grito abafado, as palavras que se amontoam sem nexo, que me faça viva, mesmo sem rimas, dando forma a minha poesia.