QUEM ROUBOU NOSSA CORAGEM?

Quem dera fôssemos

Honestos, capazes e corajosos

O bastante para,

Independentemente da situação,

Assumir os nossos erros.

E, acima de tudo,

“Dizer a verdade.

Somente a verdade.

Nada mais que a verdade.”

Quem dera fôssemos

Capazes de admitir,

Sem meias palavras

Ou inaceitáveis desculpas,

Que praticamos algo ilícito,

Que alguma coisa saiu errada

Devido “à nossa culpa.

À nossa tão grande culpa.

À nossa máxima culpa.”

E tivéssemos a coragem

De sermos, sempre,

Os atores principais,

E não apenas meros coadjuvantes.

Eternamente responsáveis

Pelas nossas palavras

E ações criminosas.

Contra nós mesmos,

Contra o outro,

Contra a natureza...

De que adianta

Fingir, omitir, mentir?...

Somos os nossos

Próprios juízes.

A consciência acusa, cobra...

De quem a tem.

Negar, somente nos torna

Mais infelizes.

E há um velho ditado que é certo:

“Tudo o que se faz sob o sol,

um dia será descoberto.”