verão
quando o meu peito inverna
tudo em volta perde a graça
mas, quando vem e me abraça
recompõe coisas internas
colhe as folhas de outono
da alma que, de tão cansada,
esquece a capa e a espada
num sítio que nem tem dono
zela pelos instrumentos
e dispõe, à minha frente,
com semblante tão contente,
a força dos quatro elementos
prepara-me a primavera
com sementes de ternura
sem promessas e sem jura
sem ponderar nem o ''quem dera''
tão lírica a sensação
do abraço que permanece:
a alma que ascende e aquiesce
logo, logo, verão...
- Lena Ferreira -
www.parescencias-lenaferreira.blogspot.com.br