PANO PALCO
Subo o pano do palco
Sem público, sem palmas
Sarcástica da minha própria derrota
Acordo sozinha com os olhos
E as pálpebras cerzidas
Nas madrugadas e nas manhãs de trovoadas
Tempestades em que se ocultam os morcegos
Os escorpiões cheios de veneno, sem luz da vida
Ânsias, mágoas embrulhadas em pele de cobra falsificada
Subo o pano do palco, sem público, sem palmas, sem nada!