PANO PALCO

Subo o pano do palco

Sem público, sem palmas

Sarcástica da minha própria derrota

Acordo sozinha com os olhos

E as pálpebras cerzidas

Nas madrugadas e nas manhãs de trovoadas

Tempestades em que se ocultam os morcegos

Os escorpiões cheios de veneno, sem luz da vida

Ânsias, mágoas embrulhadas em pele de cobra falsificada

Subo o pano do palco, sem público, sem palmas, sem nada!

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 24/09/2020
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