PERCORRO AS ESTRADAS

Percorro as estradas da noite

Caminho feito descalça

Onde um dia caminhei contigo

Pelos becos estreitos escuros

Onde me levaram a ti

Sorrisos que foram os meus e teus

Devaneios que vivi ou inventei

Sonhos que agonizam o corpo

Esquinas da noite, rosto triste

Nos muros que seguem todos os passos

Ternura inventada, esquecida e lembrada

Cansaço de horas, noites, instantes de silêncio

Do tempo de mim de ti de nada

Mãos e dedos nos gestos frios da carne

Esperas que entardecem

Noites que amanhecem

Feitas de espinhos que rasgam a pele

À beira do abismo

Emaranhado labirinto onde te procuro

Na noite e não te encontro

Amordaçam os meus gestos

Percorro os caminhos, os labirintos da solidão

Na noite fria, onde as vozes que gritam no silêncio

Afagam o meu corpo, caminho descalça

Onde tudo fere os meus passos.!

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 22/09/2020
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