Valsa da Eternidade
Se a vida é passageira
Por que perder tempo
buscando razões inteiras?
O tempo corre
E rapidamente já não tem o mesmo
encanto, noutro canto (desencontro).
Ferozmente o que agora vive,
Amanhã já não existirá.
Porque a vida não para
Se escalamos,
Se descemos,
Vagarosamente caminha em direção
da mais imponente felicidade.
E ai de nós se tentarmos ir contra ele
Pois o tempo é grande, supremo, sublime
Nada foge de suas garras, nem de suas sutilezas
Ele remenda e rasga, parte e une
Envelhece, tira e renova
E assim, nem mesmo a juventude soturna se salva
E assim começa este conto, uma história de perda, de uma bela valsa
Por falar em valsa,
Danças comigo?
Sem exageros, preciso de abrigo.
Na noite deserta
Esperei por muito tempo,
É... sempre muito, sempre lento.
Me ignoram ou não veem?
Se bem que, foi encanto,
E só canto por que vejo você.
E eu já nem sei mais dizer
Essa dança que você me envolveu
Minha alma se nubla ao ver os olhos teus
Cada passo, cada movimento, perde meu ser
Em teus braços encontro conforto
E as curvas, meu seguro porto
Se eu me seguro, disfarço
Por favor, não me olhe mal
Os portos se alegram a ver navios...
E eu navego nas profundezas
dos seus mares,
Não se abales,
Há salva-vidas por perto,
E mesmo assim me entrego,
Pois o medo é inimigo da felicidade.