Quando
Quando nada faz sentido
é fácil entrar em depressão,
um prédio da cobertura ao chão,
torna-se uma alternativa, uma solução.
Quando a festa vira tédio,
o tédio te doma, tranca no quarto,
lhe vira na cama, revira pro lado,
amarrotando o pijama listrado
que estava jogado no armário
feito seu dono jogado na vida.
Quando os quilômetros são demais,
as flores perdem o perfume,
pássaros não conseguem encantar ao cantar,
o desgosto de não poder abraçar,
nem o toque do violão é capaz de minimizar.
Quando perde-se os sentidos,
sente-se a vida correr entre os dedos,
perde-se tanto tempo,
que se descobre as consequências do medo.